Encerramos a nossa apresentação dos instrumentos que integraram a exposição com chave de ouro. No último vídeo que aqui deixamos e que simbolicamente encerra a nossa viagem, não ficamos apenas com uma pequena demonstração do adufe, temos isso sim a oportunidade de saber como é construído. Para tal contamos com a colaboração de José Rego Relvas, curtidor de peles e construtor de adufes de Idanha-a-Nova, cujos instrumentos chegaram já a quase todos os cantos do mundo.
Instrumento tradicionalmente tocado por mulheres no acompanhamento do canto, o Adufe, também conhecido no Norte do País como Pandeiro, terá sido introduzido na Península Ibérica pelos árabes entre os séculos VIII e IX. As semelhanças com outros membranofones como o Bendir, o Duff e o Aduff Árabe dão alguma credibilidade a esta teoria.
Tocado com um dos cantos do quadrado virado para cima, a percussão é feita com ambas as mãos sendo que uma delas segura e, ao mesmo tempo, toca o Adufe. É tradicionalmente utilizado nas Festas e Romarias, em especial em Trás-os-Montes e na Beira Baixa (em particular no Distrito de Castelo Branco), onde é Rei. Uma das festividades religiosas em que o Adufe faz parte da tradição é a Romaria da Senhora do Almortão.