quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Adufe

Encerramos a nossa apresentação dos instrumentos que integraram a exposição com chave de ouro. No último vídeo que aqui deixamos e que simbolicamente encerra a nossa viagem, não ficamos apenas com uma pequena demonstração do adufe, temos isso sim a oportunidade de saber como é construído. Para tal contamos com a colaboração de José Rego Relvas, curtidor de peles e construtor de adufes de Idanha-a-Nova, cujos instrumentos chegaram já a quase todos os cantos do mundo.

Instrumento tradicionalmente tocado por mulheres no acompanhamento do canto, o Adufe, também conhecido no Norte do País como Pandeiro, terá sido introduzido na Península Ibérica pelos árabes entre os séculos VIII e IX. As semelhanças com outros membranofones como o Bendir, o Duff e o Aduff Árabe dão alguma credibilidade a esta teoria.

Tocado com um dos cantos do quadrado virado para cima, a percussão é feita com ambas as mãos sendo que uma delas segura e, ao mesmo tempo, toca o Adufe. É tradicionalmente utilizado nas Festas e Romarias, em especial em Trás-os-Montes e na Beira Baixa (em particular no Distrito de Castelo Branco), onde é Rei. Uma das festividades religiosas em que o Adufe faz parte da tradição é a Romaria da Senhora do Almortão.

Cavaquinho

Começámos o nosso "périplo" pelo instrumentário europeu falando da guitarra portuguesa. Alguns meses depois, como não poderia deixar de ser, terminamos a nossa viagem ao som da restante representação portuguesa, ou seja, do cavaquinho e do adufe.

Apresentamos primeiro o cavaquinho, o mais pequeno e talvez o mais popular dos cordofones portugueses, instrumento que é o grande embaixador de Portugal, tendo deixado raízes por muitos lugares por onde os portugueses passaram, como Brasil, Cabo Verde e Indonésia.

A apresentar este instrumento contamos com a ajuda de um dos seus maiores divulgadores, José Lúcio, que depois de muito simpaticamente o ter feito em carne e osso no final da exposição, nos volta a ajudar via vídeo interpretando o popular tema «Laurindinha».

Nyckelharpa

A nyckelharpa é uma espécie de violino com teclas que apresenta também algumas semelhanças com a sanfona. É um dos instrumentos folk mais antigos da Europa, existindo desde a Idade Média na Suécia, País que representou na exposição. A nyckelharpa tem desempenhado um importante papel em vários grupos revivalistas, um dos quais o trio Väsen que aqui podemos apreciar.

Cobza

Terminamos a nossa apresentação dos instrumentos que representaram a Roménia na exposição com a cobza que no vídeo aqui apresentado é tocada por Marin Cotoanta.

A cobza é uma espécie de alaúde de braço muito curto bastante semelhante ao oud do Iraque e Síria que terá surgido na Roménia por intermédio dos lăutari, músicos ciganos. Possui uma caixa de ressonância em forma de pêra e pode ter entre oito e doze cordas de tripa ou metal em ordens de duas ou três. As cordas são dedilhadas com uma pena de ganso.

A cobza acompanha geralmente flautas ou violinos (como é o cado do vídeo que aqui disponibilizamos em que o violino é tocado por Ion Albesteanu) na interpretação de canções populares Romenas. Por ter um braço curto, raramente é utilizada para tocar melodias.

Este instrumento foi bastante popular nas regiões da Moldávia, Olténia e Muntenia, tornando-se mais raro em anos recentes.

Nai

Para finalizar a nossa brevíssima apresentação das fluier romenas, ficamos com um vídeo em que podemos apreciar o virtuosismo de Gheorghe Zamfir, por muitos considerado o "rei" da flauta de pã, neste caso da variante romena: a nai.

A nai é uma flauta de pã feita a partir de 20 tubos de bambu de diferente comprimento e diâmetro. Recentemente, mais tubos têm sido adicionados, atingindo 30 tubos no total. É frequentemente utilizada pelas bandas taraf nas regiões da Moldávia e Wallachia, bem como na maioria das orquestras folk.

Fluier (2)

Conforme referimos no post anterior, o termo fluier pode designar dezassete tipos diferentes de flautas romenas. Na exposição, tivemos a oportunidade de apreciar seis delas, tendo já aqui falado do bucium/tulnic.

De maneira a proporcionarmos uma brevíssima panorâmica dobre estes instrumentos, ficamos com mais um vídeo, onde podemos ouvir o músico romeno Marin Chisar.

Fluier

Tendo apresentado os cinco instrumentos que representaram a Grécia na exposição, passamos de seguida a fazer o mesmo com os "embaixadores" romenos. Começamos pelas fluier, termo romeno utilizado de forma genérica para designar dezassete tipos diferentes de flautas com tamanhos e características distintas.

As fluier encontram-se entre os instrumentos mais populares em todo o País. A fluier comum é equivalente ao tin whistle, embora seja feita de madeira. A fluier de maiores dimensões é denominada fluier mare ou caval, enquanto que a mais pequena é conhecida como fluieras ou trisca.

Outros tipos de fluier, além dos já mencionados, são a tilinca (flauta sem orifícios para os dedos), a ocarina, a nai e o bucium.

Neste primeiro vídeo, de cariz experimental, podemos ver um bucium (tulnic), instrumento semelhante ao alpenhorn que pode atingir até três metros de comprimento e ser direito ou curvo. Utilizado como instrumento de sinal e também em cerimónias fúnebres, recebe na região de Maramures e Oas o nome de trambita, enquanto na Transilvânia é conhecido como tulnic. Nesta última região, é geralmente tocado por mulheres. A diferença entre o bucium, a trambita e o tulnic está na sua curvatura e extensão; o último não é curvo.

Bouzouki

Deixámos para último a apresentação do Bouzouki, por muitos considerado o instrumento nacional da Grécia e, por conseguinte, aquele que mais destacámos na exposição.

o Bouzouki é efectivamente o instrumento musical mais popular no País. A sua origem remonta ao século XIX e tem como influência o Saz e o Bozuk turco e o bandolim italiano, nesta altura muito usados na Grécia. Inicialmente utilizado em reuniões sociais tornou-se um elemento fundamental de entretenimento e acompanhamento das danças tradicionais e do estilo musical rebetiki.

Foi Manolis Chiotis compositor e virtuoso executante do Bouzouki, que em 1953 popularizou este instrumento e é precisamente este músico de excepção que aqui podemos apreciar, numa cena retirada de um filme grego da década de 60 do século XX.

Kementzes

Continuamos a apresentar os instrumentos que representaram a Grécia na exposição, apresentando desta vez o Kementzes, lyra ou violino em forma de garrafa. Trata-se de um instrumento típico entre os gregos de Puntus na região do Mar Negro que possui três cordas que podem ter várias afinações.

No vídeo aqui disponível de 1979 observamos George "Shamoults" Amarandidis enquanto este acompanha musicalmente uma antiga dança de guerra grega, interpretada pelo Dora Stratou Dance Group.

Lyra

A lyra é o terceiro instrumento grego de que aqui falamos. Mantendo o nome do principal cordofone da Grécia antiga, a Lyra distingue-se do seu antepassado pelo facto de ser tocada com arco.

Antes do sucesso do violino este instrumento existia um pouco por todo o território grego, no entanto, presentemente o seu uso restringe-se às regiões de Creta, Dodecaneso e Macedónia.

No vídeo que aqui apresentamos, podemos apreciar um dos mais destacados intérpretes de Lyra, o Cretense Vasilis Skoulas.

Slideshow 1

Slideshow 2

Slideshow 3